22/08/2013

Das coisas que os bebês me ensinaram



1. Ter sempre em mente que é um bebê, uma criança e não uma ameaça. Muitas mães parecem se esquecer disso e praticamente tratam as crianças como rivais.
2. Eles não fazem as coisas por mal. Apenas não compreendem, em sua grande maioria, seus próprios sentimentos. Ficam confusos. Em muitas das vezes, eles sequer sabem porque gritam ou choram. Eles não aprenderam a se controlar, e pelo visto alguns dos adultos também não...
3. Não os repreenda em frente de pessoas estranhas, chame num cantinho. Você gostaria de se ver repreendida na frente de todos?
4. Na hora das birras - sim, elas são inevitáveis - tenha paciência e autocontrole. E quando estiver quase perdendo "as estribeiras"... respire fundo, conte até dez e... tenha paciência e autocontrole. Eles esperam isso.
5. Não adianta obrigar a comida descer goela abaixo. A gente se preocupa quando recusam-na, mas se tiverem fome, comerão, acredite.
6. Bater na criança não vai resolver, só vai deixá-la com medo de você. E medo é bem diferente de respeito. Enquanto muito pequena, parecerá respeito, mas com o tempo, a criança entenderá o que você fez e não nutrirá respeito. Só decepção e medo.
7. Não obrigue ou pressione em demasia o abandono às fraldas. Pense que as crianças praticamente já nascem de fraldas, então deve ser muito desconfortável e amedrontador - em alguns casos - abandonar uma quase parte do seu corpo. Tudo tem seu tempo. Incentivar, vale, mas obrigar e impor pode atrasar essa "evolução" e causar alguns traumas.
8. Criar uma rotina é sempre bom. Eles se sentem seguros pois sabem exatamente o que vem pela frente. O desconhecido é sempre meio amedrontador.
9. Criança chora. Não adianta inventar mil e uma razões, porque isso sempre vai acontecer, minha gente, mas em geral, é mais frequente quando ela sente sono - principalmente, no caso dos meus - ou fome. Então deixe para fazer "aqueles passeios" sempre que ela estiver bem alimentada e com o sono em dia.
10. Eles são nossos filhos e não vassalos ou escravos. Falar com eles sempre em tom autoritário, só vai deixá-los irritados e magoados, e receio que essa mistura não seja boa.


09/08/2013

Maternidade: uma transformação

Antes:

A casa estava sempre organizada, tudo em seu devido lugar.
Minhas tarefas domésticas e profissionais em dia. Nunca precisei de nenhuma "ajudante". 
Minhas roupas sempre organizadas.
Silêncio era comum. Tempo livre também, mas eu não sabia, achava tudo tão corrido. Mentira. Dava tempo de fazer tudo importante e desimportante também.
Raramente eu cozinhava. Qualquer comida dava certo. Uma tigela de ceral, uma papa de aveia também quebrava galho. Nunca fazia bolos.
Se eu quisesse - mas nunca quis - poderia dar vazão ao consumismo, porque eupodia ir ao shopping ou ao comércio quando bem quisesse.
Eu caminhava impreterivelmente todas as manhãs, bem cedo. Eu lia muita coisa. E via muitos filmes. Eu sou uma cinéfila consciente. 
Ficava fuçando na internet até tarde da noite. Atualizava meu blog com frequência e ainda era assídua nos alheios. Tinha amigos virtuais e tudo. 

Mas e daí? Seriam essas coisas mais interessantes do que cuidar de pessoinhas lindas? Ensiná-las a viver literalmente? Escutar "mamãe" pela primeira vez não tem preço. Apagam-se da memória todas as noites insones lá do começo. Receber plena e total confiança dessa pessoinha. Ela não tem medo de nada estando no colo dos pais, ou pelo menos não deveria.
Sabe, naquele "antes" eu achava que umas palmadas era uma coisa boa, não fariam mal, hoje não mais. Imagine você depositar toda a sua confiança em alguém e esse alguém usar de violência com você. É no mínimo decepcionante. Eu não bato neles. E não me sinto bem depois de perder o controle e levantar a voz pra eles, também. Imagine se eu batesse. Deus me livre. Não quero. Exige mais trabalho, mas para mim, compensa.
Acho interessante que se fala tanto em violência, até mesmo contra a mulher. Agora, bater numa criança muito mais indefesa do que um adulto não é considerado violência, né? A menos que seja espancamento, mas aí é outra coisa. É caso de polícia. 
Eu acho que pessoas que batem nos filhos são preguiçosas e descontroladas. Sempre que batem é porque perderam o controle, as rédeas da situação. E eu não digo que é fácil manter o controle, é difícil, mas é possível. Um castigo aqui, outro ali, também é eficaz.
Uma outra coisa que venho aprendendo é que não é bom repreendê-los na presença de outros. Eles se sentem envergonhados. Não é bom. Melhor chamar num cantinho e fazer o sermão. 
É como dizem por aí: educar é um trabalho de formiguinha.
Bom, mas à lista do "depois" segue-se, decorar todas as músicas da Galinha Pintadinha, Patati e Patatá, não, acho meio sem graça e com pouco "aproveitamento", enfim, não gosto. E por enquanto, ainda sou em quem decide isso, né? Então, aproveito.
Saber todos os personagens do Discovery Kids e suas estórias. Esquecer os saltos quando sair de casa - na verdade, esse item não me afetou muito. Não uso salto, só se for plataforma e anabela e olhe lá... mas essa é outra história.
Bolsas pequenas, esqueça. Têm que ser grandes para caber água, lanches e todo aquele aparato das fraldas, né? 
Fazer compras despreocupadamente - incluindo feira - pode riscar da lista também. Eles se estressam rápido, principalmente em lugares onde tudo é "proibido": não mexa, não se afaste, não toque, não grite, não pule etc e talz. Eles detestam. Uma boa dica é levar alguma coisa para distraí-los, um brinquedo, por exemplo (desde que não se confunda com os itens da loja em questão).
Atualizar minha leitura e blogs só consegui mesmo depois de algum tempo, um ano mais ou menos. No início, a gente se assusta um pouco com a mudança radical, mas depois compreende que é só uma fase. Compreende que eles não vão ser aquelas bolinhas de dar beijos pra sempre e isso apagou todo o resto para mim. A maternidade realmente foi a melhor coisa que já me aconteceu até hoje. Pode ter certeza.